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Jornalistas Cristiana Lôbo e Mariliz Pereira Jorge participam da série Diálogos Interdisciplinares da ESMPU

A conversa virtual sobre impactos da pandemia na prática jornalística e na sociedade brasileira foi conduzida pelo secretário de Planejamento e Projetos, Carlos Vinícius Ribeiro
publicado: 23/04/2020 13h10 última modificação: 30/04/2020 14h15
Ilustração e foto

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Duas referências no jornalismo brasileiro. Duas mulheres que atuam na cobertura dos principais acontecimentos políticos e sociais do país há décadas. As jornalistas Cristiana Lôbo e Mariliz Pereira Jorge tiveram os papéis invertidos e foram as entrevistadas dessa semana para a série “Diálogos Interdisciplinares – a pandemia do Coronavírus”, promovida pela ESMPU. Clique para assistir.

Na entrevista virtual, conduzida pelo secretário de Planejamento e Projetos da Escola, Carlos Vinícius Ribeiro, as jornalistas compartilharam suas análises de cenário e percepções sobre a crise que o Brasil enfrenta contra a Covid-19.

Quando questionadas sobre os impactos gerados com o que Ribeiro chama de “bipolaridade extrema” nos tempos atuais, as entrevistadas concordaram entre si e afirmaram que a polarização gerou um crescimento de ataques de ódio nas redes sociais e, em especial, às mulheres. “Brinco que tenho certeza que estou fazendo um bom trabalho quando sou atacada por todos os lados sobre determinado assunto”, afirmou a roteirista da TV Globo e colunista da Folha de São Paulo, Mariliz Pereira Jorge.

Mariliz também reiterou que críticas fazem parte da profissão, citando a célebre frase de Millôr Fernandes ao destacar o papel essencial do jornalismo em exercer a transparência e em fiscalizar a atuação dos poderes. “Já dizia Millôr, jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”.

A comentarista da GloboNews Cristiana Lôbo, que sempre acompanhou de perto os bastidores do governo e da política brasileira, destacou que a polarização não começou agora, mas sim ainda na época da candidatura de Dilma Roussef à Presidência do país. “Contudo, a falta de respeito e a radicalização cresceram muito. Antigamente, a crítica ia até certo limite. Agora, não existem mais limites”, afirmou.

A colunista da Folha afirma que a radicalização avança porque as pessoas apenas leem fontes que confirmam suas próprias crenças. Para Mariliz Pereira, “o diálogo morreu. As pessoas não entram mais numa discussão para ouvir o outro, mas sim para vencer. Estamos num ponto de combustão tão grande, que se você fala que é a favor da ciência e da pesquisa, é porque você é a favor do vírus”. “Acham que a esquerda defende o vírus e a direita defende o crescimento econômico. É uma polarização que não tem base”, complementou Lôbo.

Indagadas por Carlos Vinícius em como a economia, a política e a sociedade estarão no pós-crise, as jornalistas demonstraram preocupação. “Na economia, acho que vai ser lenta a recuperação. Vai demorar um bom tempo.”, afirmou Lôbo. “É cedo para falarmos sobre como sairemos dessa crise, mas não estou tão otimista. Eu espero estar errada, espero que a gente saia com uma sociedade mais engajada e mais consciente”, concluiu Mariliz.

Série “Diálogos Interdisciplinares – a pandemia do Coronavírus”

Promovida pela ESMPU, os encontros virtuais buscam fomentar a discussão, o debate e a reflexão sobre aspectos jurídicos, sociais e econômicos das medidas tomadas para combater a pandemia do coronavírus no Brasil e no mundo.

Lançada no final de março, a série conta com a participação de acadêmicos, especialistas, economistas e juristas. Confira os episódios já disponibilizados aqui.

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