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Palestra “Ética e sustentabilidade” discute consumo como valor da sociedade atual

Para Volker, "estamos orientando as gerações para o consumo, e aquele que não consome não é um bom cidadão. As crianças não podem mais crescer como elas querem porque nós enquadramos todo mundo nos nossos modelos".
publicado: 06/06/2017 13h37 última modificação: 06/06/2017 13h44
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Palestra “Ética e sustentabilidade".

O Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) foi comemorado de uma forma um pouco diferente na Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) e Procuradoria da República no Distrito Federal (PR/DF): o enfoque foi dado para a sustentabilidade do ser humano no momento no qual a sociedade adotou o consumo e a filosofia do crescimento para a satisfação das necessidades emocionais. O assunto foi abordado durante a palestra “Ética e sustentabilidade”, ministrada pelo doutor em Políticas Educacionais e secretário de Planejamento e Projetos da ESMPU Volker Egon Bohne.

Na abertura do evento, a supervisora do Grupo de Gestão Socioambiental (Gesto) da PR/DF e ESMPU, a procuradora da República Eliana Pires Rocha, destacou as ações realizadas pela equipe para a sensibilização dos servidores em temas como coleta seletiva, descarte correto de materiais, horta comunitária, dentre outros.

A atividade ainda contou com a participação do procurador-chefe da PR/DF, Marcus Marcelus Gonzaga Goulart, o qual ressaltou que a temática ambiental tem sido relegada a segundo plano devido ao debate político atual. “Com toda essa polarização nacional, o meio ambiente não tem recebido o destaque merecido no Brasil. Cuidar do meio ambiente tem sido um desafio face a uma sociedade altamente consumista como a nossa. Aqui na PR/DF temos tentado fazer a nossa parte ao reduzir e melhorar a eficiência do nosso consumo”.

Em sua fala, o diretor-geral da ESMPU, Carlos Henrique Martins, lembrou o racionamento de água pelo qual passa o Distrito Federal, enfatizando que esta é uma clara demonstração de quanto o meio ambiente tem sido degradado. “Há alguns anos, não era possível imaginar que chegaríamos a essa situação. Hoje, essa é a nossa realidade e, dado o volume dos reservatórios, podemos chegar a um ponto no qual o racionamento precise ser ampliado”. Ele afirmou ainda que a sociedade precisa repensar suas escolhas e para que possa deixar um ambiente um pouco mais equilibrado para as próximas gerações.

Palestra - Ao falar sobre ética e sustentabilidade, o professor Volker, como é conhecido, frisou que o crescimento, sobretudo o econômico, tornou-se um valor absoluto da nossa sociedade. “Durante toda a vida, somos treinados para ser mais, entender mais e praticar mais. Isso gera insatisfação com aquele que eu sou, porque sempre falta alguma coisa; nunca achamos que está suficiente. Isso leva a pessoa a depressão”, refletiu.

Para Volker, a base da sociedade não é mais o ambiente afetivo e o atual pensamento educacional ocidental está voltado para o crescimento. “Estamos orientando as gerações para o consumo, e aquele que não consome não é um bom cidadão. As crianças não podem mais crescer como elas querem porque nós enquadramos todo mundo nos nossos modelos. Achamos que a pessoa só vai alcançar a felicidade se ela se adaptar à ideia dominante do crescimento”.

Ainda segundo o palestrante, nesse contexto, no qual não há valores que garantam o equilíbrio da convivência humana, o consumo se torna a válvula de escape usada para satisfazer as necessidades emocionais. “A economia virou religião. Se estamos insatisfeitos, vamos ao shopping e compramos um sapato novo”.

Ao concluir sua palestra, Volker sugeriu que a sociedade precisa buscar um melhor equilíbrio entre liberdade, igualdade e fraternidade. “Hoje só queremos a liberdade. Quem sabe a próxima geração ache um outro caminho e consiga mudar a estrutura educacional que impomos ao mundo e, assim, voltar à nossa essência humana”.

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