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Simpósio em São Bernardo do Campo (SP) debate a importância das greves dos anos 1980
A luta pelo avanço
de direitos trabalhistas e para a retomada do processo democrático
do país nos anos 1980 se deve em parte as grandes greves do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A afirmação é do
procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, que abriu, na
terça-feira (28), com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
Simpósio Ação Coletiva, Democracia, Trabalho e Transformação
Social, em São Bernardo do Campo (SP). Cerca de 500 pessoas
lotaram o auditório do sindicato.
O evento marca o
aniversário de 35 anos da greve de 1980, quando 140 mil metalúrgicos
paralisaram suas atividades por 41 dias, durante a campanha salarial,
em plena ditadura militar.
Luís Camargo destacou que no
passado a greve já foi crime e agora é direito previsto em lei. "O
Brasil avançou porque algumas greves foram importantes para trazer
vários benefícios para os trabalhadores como as que ocorreram nos
anos 80. Essas greves ajudaram a vencer a ditadura e a eleger
representantes do povo, por exemplo”. Ele completou ainda que a
luta precisa continuar para barrar projetos de lei que preveem um
retrocesso em várias conquistas como as propostas em discussão no
Congresso Nacional da terceirização e da definição do que é
trabalho escravo.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC, Rafael Marques, lembrou que o simpósio é uma oportunidade
de fazer a discussão da manutenção desses direitos trabalhistas e
também do futuro das negociações coletivas. “Foi aqui no ABC que
amadureceu a negociação coletiva a partir da liderança de Lula com
as greves, que transformaram o país”.
A situação do
movimento sindical nos anos 80 também chamou a atenção de
dirigentes sindicais de outros países. Foi o caso de Stanley Gacek,
diretor-adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no
Brasil, que à época era diretor do Sindicato dos Trabalhadores em
Alimentação nos Estados Unidos (EUA). “Viemos ao Brasil naquele
período para conhecer e participar de um congresso e saber que
movimento era aquele que nascia no Brasil mobilizando milhares de
trabalhadores”, contou.
Para o diretor-geral da Escola
Superior do Ministério Público da União (ESMPU), Carlos Henrique
Martins Lima, nesses 35 anos o Brasil passou a ter uma realidade
diferente do movimento sindical. Mas em sua avaliação é importante
ir ao local onde surgiram grandes mudanças para os trabalhadores
para recontar essa história.
Democracia nas fábricas –
Outro avanço conquistado com as greves daquele período, segundo o
secretário de Relações de Emprego do Ministério do Trabalho e
Emprego, Manoel Messias, foi a democracia dentro das fábricas.
“Avançamos nas representações sindicais nas empresas, na criação
de centrais sindicais e de partidos de esquerda”, concluiu.
O
simpósio é realizado pelo MPT em parceria com a Escola Superior do
Ministério Público da União (ESMPU) e o Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC.
As mesas redondas ocorreram na quarta-feira (29) e
abordaram temas como o papel das instituições do mundo do trabalho
na negociação coletiva; os avanços obtidos pela negociação
coletiva no Brasil; o futuro das tratativas entre o capital e o
trabalho; e os desafios para o exercício da função negocial dos
sindicatos.
Além do MPT e do Sindicato de Metalúrgicos
do ABC, participaram representantes dos Tribunais Regionais do
Trabalho de Campinas e São Paulo, do Ministério do Trabalho e
Emprego, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), das Universidades Estadual de Campinas
(Unicamp) e da Presbiteriana Mackenzie, integrantes da Central Única
dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical, do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e do Sindicato dos
Bancários de São Paulo.
Fonte: Assessoria
de Comunicação da Procuradoria-Geral do Trabalho
Secretaria de Comunicação Social
Escola Superior do Ministério Público da União
E-mail: secom@escola.mpu.mp.br
Telefone: (61) 3553-5300