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ESMPU promove debate sobre papel das instituições públicas no fomento à cultura

Seminário reuniu, nesta quinta-feira (13), especialistas, membros do MP e de instituições públicas, professores e artistas para discutir a temática. Evento marca abertura da exposição "Raízes – Reflexos da natureza”
publicado: 13/03/2025 17h13 última modificação: 13/03/2025 19h16
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Foto: Divulgação/ESMPU

Discutir o papel das instituições públicas no fomento à cultura. Com esse enfoque, a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) reuniu especialistas, membros do MP e de instituições públicas, professores e artistas no seminário "Ministério Público e promoção da cultura: responsabilidades e possibilidades dos espaços institucionais​” realizado nesta quinta-feira (13) na sede da instituição. Assista aqui.

Na abertura do evento, a diretora-geral da ESMPU, Raquel Branquinho, destacou a busca da instituição em se colocar como facilitadora da promoção cultural e referência de espaço para a interação com artistas das mais diversas matizes. “Vemos a atividade de arte e cultura sob a ótica da nossa responsabilidade de fomentar a produção e a difusão das mais diversas manifestações culturais e de oferecer um espaço de reflexão e debate sobre esses temas relevantes para a sociedade”, acrescentou.

A orientadora pedagógica da atividade e procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira destacou a importância do espaço cultural no desenvolvimento das competências humanas, inclusive das áreas jurídicas. “Não existe arte que não sofra influência de outras ideias, de outras emoções e linguagens, e não existe visão artística isolada de outros elementos da cultura. A arte recria, representa, critica ou interpreta os fenômenos humanos e sociais. E o Direito é um fenômeno social; um fenômeno humano, imerso na cultura, assim como a arte”, pontuou.

Fomento à cultura – O primeiro painel abordou o papel das instituições públicas no fomento à cultura com a mediação da procuradora da República Fabiana Schneider. Participaram da discussão o procurador-chefe da Procuradoria da República no Rio de Janeiro (PR/RJ), Sergio Luiz Pinel Dias; o advogado José Roberto Neves; o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Jéferson dos Santos Assumção; a atriz Tuanny Araújo; e a professora da Universidade de Brasília Cinara Barbosa.

Dias falou sobre a experiência de criação do Memorial da PR/RJ, inaugurado em outubro de 2023, e os objetivos desse espaço: contar a história da instituição, desenvolver críticas institucionais, exercer o soft power (expressão usada para descrever a habilidade de influenciar indiretamente o comportamento de outros corpos políticos por meios culturais), lazer e ocupação cultural. Neves discorreu sobre a história do Direito e da cultura e de como, por meio da literatura, o Direito muda. “O grande juiz e sensor do que é uma literatura boa é o tempo. Porque o tempo costuma desprezar o que é ruim, o que não tem força e, ao contrário, coroa aquilo que tem uma carga valorativa importante”, pontuou.

Cofundadora do Grupo Embaraça – Coletivo de Teatro Negro de Brasília, Araújo abordou situações na história recente que colocam a arte e os agentes envolvidos como inimigos públicos. “A arte não pode ser o exercício de um espectro político, não pode ser cooptada por essa narrativa de que a promoção dos serviços, dos bens, dos recursos culturais e artísticos pertencem a um viés político. Com isso todo mundo perde”, alertou.

Por fim, Barbosa destacou a necessidade de as instituições refletirem sobre o quanto elas estão comprometidas com a valorização do seu patrimônio e como o debate é importante para a construção da cidadania, que se dá também pela cultura e pelas artes.

Redes – Mediado pela procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira, o segundo painel trouxe para o debate as redes de espaços culturais. Participaram da discussão a chefe do Serviço de Cultura e Inovação do Centro Cultural do Tribunal de Contas da União (TCU), Annelise Ayoroa; a coordenadora-geral de Patrimônio Histórico do Ministério das Relações Exteriores, Elisa Breternitz; a coordenadora de Ação Educativa e Pesquisa no SESI Lab, Luciana Martins; o chefe do Museu da Câmara dos Deputados, Marcelo Sá de Sousa; e o coordenador-geral de Articulação de Políticas de Cultura e Educação do Ministério da Cultura, Rafael Maximiniano.

Ayoroa falou sobre o trabalho desenvolvido no Espaço Cultural Marco Antônio Vilaça. Breternitz abordou a realidade do Itamaraty, cuja função de representar o Brasil no exterior também se estende ao seu acervo, que é uma das ferramentas para auxiliar nesse trabalho

Já Martins falou do impacto dos museus de ciências na educação e o desafio de conectar a ciência à tecnologia e à arte para torná-la divertida e lúdica. Sousa discorreu sobre os desafios do Museu da Câmara dos Deputados, criado em 1998. Por fim, Maximiniano abordou a trajetória de articulação para organizar diretrizes e princípios para uma formação artística e cultural.

À tarde, o seminário contou com mais dois painéis: “Os espaços culturais no MPU: dificuldades e possibilidades’’; e “Os desafios de valoração, contratação e democratização’’.  O encerramento teve a manifestação artística do grupo Fuá de Seu Estrelo.

Exposição – O seminário também marcou a abertura da exposição "Raízes – reflexos da natureza", que reúne as obras dos renomados artistas plásticos brasileiros Antônio Poteiro, Inimá de Paula, Aldemir Martins, Dona Tereza, Carlos Bracher e Tania de Maya Pedrosa. A mostra está no Espaço Cultural da ESMPU e fica aberta à visitação de 13 de março a 11 de abril, das 9h às 18h. Leia mais.

Projeto Visita Guiada – Cerca de 40 alunos do Centro de Ensino Médio 1, de Brazlândia-DF, prestigiaram a abertura da exposição e participaram do seminário. A atividade faz parte projeto Visita Guiada, que promove o acesso à cultura por meio da visitação às exposições no Espaço Cultural e demais dependências da ESMPU, com mediação e debate de temas atuais.

 “A experiência que fica é que a visitação é uma forma de conhecer, além da história da instituição, a história do país e das pessoas com as quais a gente convive, como os artistas de Brazlândia”, disse a aluna Ana Cecília Moreira. A professora Brenda Passos enfatizou que o momento traz a junção do simbólico e do material. “O acesso aos espaços é extremamente proveitoso pois permite aos alunos personificar e materializar o processo de participação”, completou.

Confira aqui as fotos do evento

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