Uma proposta de interprertação
DOI:
https://doi.org/10.63601/resmpu.2024.v2.n2.e-2203Keywords:
Família, Base da Sociedade. Relação. Bens Relacionais. Gêneros. Gerações.Abstract
A família é descrita na Constituição Federal brasileira de 1988, como “base da sociedade”. Num momento de intensas transformações sociais, propõe-se revisitar este conceito constitucional utilizando as ferramentas analíticas da sociologia relacional, a fim de garantir que o Estado exerça a “especial proteção” que a Constituição prevê para a família. Os estudos empíricos vêm confirmando que a família continua sendo de fundamental importância para a sociedade, como fonte de bens relacionais insubstituíveis e principal lugar das interações interpessoais suprafuncionais. Assim, o artigo revisa o contexto contemporâneo da chamada “virada relacional” nas ciências sociais e apresenta – com base na releitura relacional feita por Donati do esquema AGIL, acrônimo para Adaptation, Goal Attainment, Integration e Latency, proposto originalmente por Talcott Parsons – uma proposta de exegese do capítulo constitucional que dispõe sobre a família, com vistas a ressaltar seus bens relacionais e concluir que, naquele importante diploma normativo, o código simbólico do amor familiar é apresentado como “relação de plena reciprocidade entre os gêneros e as gerações” (Donati, 2008, p. 73).
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