Uma proposta de interprertação

Authors

  • Paulo Vasconcelos Jacobina Ministério Público Federal

DOI:

https://doi.org/10.63601/resmpu.2024.v2.n2.e-2203

Keywords:

Família, Base da Sociedade. Relação. Bens Relacionais. Gêneros. Gerações.

Abstract

A família é descrita na Constituição Federal brasileira de 1988, como “base da sociedade”. Num momento de intensas transformações sociais, propõe-se revisitar este conceito constitucional utilizando as ferramentas analíticas da sociologia relacional, a fim de garantir que o Estado exerça a “especial proteção” que a Constituição prevê para a família. Os estudos empíricos vêm confirmando que a família continua sendo de fundamental importância para a sociedade, como fonte de bens relacionais insubstituíveis e principal lugar das interações interpessoais suprafuncionais. Assim, o artigo revisa o contexto contemporâneo da chamada “virada relacional” nas ciências sociais e apresenta – com base na releitura relacional feita por Donati do esquema AGIL, acrônimo para Adaptation, Goal Attainment, Integration e Latency, proposto originalmente por Talcott Parsons – uma proposta de exegese do capítulo constitucional que dispõe sobre a família, com vistas a ressaltar seus bens relacionais e concluir que, naquele importante diploma normativo, o código simbólico do amor familiar é apresentado como “relação de plena reciprocidade entre os gêneros e as gerações” (Donati, 2008, p. 73).

References

ARENDT, Hannah. A condição humana. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

CAETANO, Sheila C. et al. An epidemiological study of childhood development in an urban setting in Brazil. Brazilian Journal Psychiatry, São Paulo, v. 43, n. 1, jan./fev. 2021. [Online]. Disponível em: https://tinyurl.com/32v57zde. Acesso em: 24 mar. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/1516-4446-2020-0934

CAILLÉ, Alain. Antropologia do dom: o terceiro paradigma. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

DEPELTEAU, François; VANDENBERGHE, Frédéric (org.). Sociologia relacional. Rio de Janeiro: Ateliê de Humanidades Editorial, 2021. (Coleção Filosofia e Teoria Social).

DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 16. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: JusPodivm, 2023.

DONATI, Pierpaolo. An Original Relational Sociology Grounded in Critical Realism. In: DÉPELTEAU, François (ed.). The Palgrave Handbook of Relational Sociology. Londres: Palgrave Macmillan, 2018. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-319-66005-9_22

DONATI, Pierpaolo. Família no século XXI: abordagem relacional. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2008.

DONATI, Pierpaolo. Il diritto di famiglia come diritto relazionale. Revista Il Diritto di Famiglia e delle Persone, Milão, Itália, n. 4, p. 1652-1681, fev. 2022. Disponível em: https://tinyurl.com/2kztszn7. Acesso em: 24 mar. 2025.

DONATI, Pierpaolo. Introduzione alla sociologia relazionale. Revue Française de Sociologie. Milan: Franco Angeli, 1983. v. 59. p. 538-540.

DONATI, Pierpaolo. La teoria relazionale della società basata sul realismo critico a confronto con il costruttivismo relazionista: quali differenze? In: DONATI, Pierpaolo (ed.). La teoria relazionale nelle scienze sociali: sviluppi e prospettive. Bologna: Società editrice il Mulino, 2022.

DONATI, Pierpaolo. Teoria relazionale della società: i concetti di base. Milão-Itália: Franco Angeli, 1991.

FORNASIER, Rafael Cerqueira (org.). Família e pobreza: abordagem relacional da Família. São Paulo: Dialética, 2021. (E-book). DOI: https://doi.org/10.48021/978-65-252-2161-8

GODBOUT, Jacques; CAILLÉ, Alain. O Espírito da dádiva. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1999.

HAMLIN, Cynthia Lins. Realismo crítico: um programa de pesquisa para as Ciências Sociais. Dados, v. 43, n. 2, 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S0011-52582000000200006. Disponível em: https://tinyurl.com/4df2pd6a. Acesso em: 7 nov. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0011-52582000000200006

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo brasileiro de 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2022.

MACEDO JR., Ronaldo Porto. Contratos relacionais e defesa do consumidor. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

MACNEIL, Ian. O novo contrato social. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2009.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Ubu editora, 2017.

MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de Janeiro: Forense, 2006.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Resgates em ações de fiscalização do MTE escancaram trabalho escravo doméstico no país. Portal MTE, Brasília, 14 maio 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/yvt3wuvc . Acesso em: 6 nov. 2024.

PETRINI, João Carlos; DIAS, Marcelo Couto. Família no debate cultural e político contemporâneo. 2. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

ROSSET, Solange Maria. Terapia relacional sistêmica. Belo Horizonte: Artesã Editora, 2013.

VALENTE, Juliana Y.; COGO-MOREIRA, Hugo; SANCHEZ, Zila M. Gradient of association between parenting styles and patterns of drug use in adolescence: a latent class analysis. Drug and Alcohol Dependence, Amsterdã, v. 180, p. 272-278, nov. 2017. Disponível em: https://tinyurl.com/95say7zw . Acesso em: 7 nov. 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.drugalcdep.2017.08.015

VANDENBERGHE, F.; DÉPELTEAU, F. (org.). Sociologia relacional. São Paulo: Ateliê de Humanidades Editorial, 2021.

VANDENBERGHE, Frédéric. A relação como operador mágico. Superando a divisão entre sociologia processual e relacional. Sociologia e Antropologia, v. 7, n. 2, maio/ago. 2017. [Online]. DOI: https://doi.org/10.1590/2238-38752016v722. Disponível em: https://tinyurl.com/t32cecay. Acesso em: 7 nov. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/2238-38752016v722

Published

2024-12-20

How to Cite

Vasconcelos Jacobina, P. (2024). Uma proposta de interprertação. Journal of the MPU School for Higher Studies, 2(2), e-2203. https://doi.org/10.63601/resmpu.2024.v2.n2.e-2203

Issue

Section

Artigos