A natalidade como evento inovador na convivência social

Autores

  • Giancarlo Petrini Universidade Católica do Salvador (UCSal)
  • Paulo Vasconcelos Jacobina Ministério Público Federal

DOI:

https://doi.org/10.63601/resmpu.2024.v2.n2.e-2204

Palavras-chave:

Natalidade, dignidade humana, direitos fundamentais, democracia

Resumo

O presente artigo nasce do grupo de pesquisa “Família em mudança”, que trabalha num horizonte interdisciplinar e procura responder à seguinte questão: em que sentido o evento natalidade, assim como emerge da obra de Hannah Arendt e de seus comentadores, pode oferecer um fundamento antropológico e social mais adequado aos direitos humanos no contexto da democracia na contemporaneidade. O objetivo principal do presente estudo é apresentar a categoria da natalidade e seu significado político, através de uma sintética revisão da literatura relativa a esse tema. O segundo objetivo é compreender como a natalidade, assim delineada, permite aprofundar o fundamento dos direitos humanos em favor da existência humana e da sua dignidade. O terceiro objetivo é procurar elaborar interpretações dos princípios fundamentais do direito constitucional a partir do evento nascimento assim compreendido, tendo em vista a consolidação de uma convivência social justa e democrática.

Referências

ANDRADE, Carlos Drummond de. A paixão medida. Posfácio Abel Barros Baptista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Especulações em torno da palavra homem. In: A vida passada a limpo: Poemas. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Ed., 1959.

ARENDT, Hannah. Vita activa. La condizione umana. Trad. Sergio Finzi. Milano: Ed. Bompiani, 2008.

ARENDT, Hannah. L’umanitá in tempi bui. Trad. Laura Boella. Milano: Raffaello Cortina Editore, 2006.

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido. Sobre a fragilidade dos laços humanos. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Observatório Nacional da família. Fatos e números: arranjos familiares no Brasil. Brasília: Secretaria Nacional da Família, 2022. Disponível em: https://tinyurl.com/3wfzaeck. Acesso em: 13 maio 2024.

CORREIA, Adriano. O significado político da natalidade – considerações sobre Hannah Arendt e Jürgen Habermas. In: CORREIA, Adriano (org.). Hannah Arendt e a condição humana. Salvador: Quarteto, 2006.

DONATI, Pierpaolo. Relational sociology: a new paradigm for the social sciences. London: Routledge; New York: Taylor & Francis Group, 2011.

ESPOSITO, Constantino. O niilismo de nosso tempo: uma crônica. Trad.: Enio Paulo Giachini. São Paulo: Ed. Loyola, 2023.

GANGÁ, Fabíola Porto; SOUSA, Joelson Pereira de. A possibilidade do novo: o conceito de natalidade em Hannah Arendt. Dialektiké, Ontário, v. 1, n. 4, p. 5-14, 2017. Disponível em: https://tinyurl.com/2hbumscc. Acesso em: 20 maio 2024.

GRUNEMBERG, Antonia. Hannah Arendt e Martin Heidegger: história de um amor. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2019.

HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guaracira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução: Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2017.

LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A cultura-mundo: resposta a uma sociedade desorientada. Tradução: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

MORETTI, Manuela; VERGANI, Mario; ZUCAL, Silvano (org.). Filosofie della nascita. Universitá di Trento. Studi e Ricerche 28. Trento: Editora Scientifica di Ateneo, 2022.

MORETTI, Manuela. Hannah Arendt: la nascita come antidoto al terrore ideológico. Diotima, comunità filosofica femminile. Per amore del mondo, Milão, n. 17, 2020. [Online]. Disponível em: https://tinyurl.com/5cp9uazu. Acesso em: 29 dez. 2023.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Martin Claret, 2003. (Coleção A Obra-prima de Cada Autor, v. 22).

OLIVEIRA, José Luiz. Hannah Arendt e o sentido político da categoria da natalidade. Argumentos, Fortaleza, ano 3, n. 6, p. 79-88, 2011.

PAPA, Alessandra. Hannah Arendt: per uma filosofia della vita. Parigi-Lecce: IusEAed., 1993.

PAPA, Alessandra. Nati per incominciare: vita e política in Hannah Arendt. Milano: Vita e Pensiero, 2011.

PLATÃO. O Banquete. In: Diálogos. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Victor Civita, 1972. p. 7-60.

PÔNTICO, Evágrio. Tratado prático ou O monge. Trad. grego e coment. Gabriel Bunge. Trad. francês Tito Kehl. 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/4ah8p8sy. Acesso em: 20 maio 2024.

SANTO AGOSTINHO, Bispo de Hipona. Cidade de Deus. Trad. Oscar Paes Leme. Petrópolis: Vozes de Bolso, 2012. v. 1-2.

SILVA, Pedro Rento Pereira da; MARQUES, Victor Hugo de Oliveira. O conceito de natalidade na obra “A Condição Humana” de Hannah Arendt. Revista Filosófica São Boaventura, Curitiba, v. 11, n. 1, p. 21-39, jan./jun. 2017.

TARDITI, Claudio. Nascere. Torino: Ananke, 2013.

ZUCAL, Silvano. Filosofia della nascita. Brescia: Morcelliana, 2017.

Downloads

Publicado

20.12.2024

Como Citar

Petrini , G., & Vasconcelos Jacobina, P. (2024). A natalidade como evento inovador na convivência social. Revista Da Escola Superior Do Ministério Público Da União, 2(2), e-2204. https://doi.org/10.63601/resmpu.2024.v2.n2.e-2204

Edição

Seção

Artigos