Consultora de imagem explica importância da comunicação verbal e não verbal nas relações em tempos de pandemia

Um dos impactos causados pela crise sanitária da Covid-19 foi a alteração do cotidiano de instituições, empresas e órgãos públicos que, por sua vez, resultou na necessidade de adequação da rotina de milhares de profissionais. Reuniões, aulas, eventos, solenidades e audiências presenciais foram substituídos por encontros virtuais e passaram a exigir um pouco mais de preparo e atenção com a apresentação do ambiente e dos atores envolvidos. Para falar sobre a importância da comunicação verbal e não verbal no contexto desta nova realidade, o secretário de Planejamento e Projetos da Escola Superior do Ministério Público da (ESMPU), Carlos Vinícius Ribeiro, conversou com a psicóloga e professora de Consultoria de Imagem da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) Denise Tavares, em mais um episódio da série “Diálogos Interdisciplinares: a pandemia do Coronavírus”. Confira a entrevista na íntegra.

No bate-papo virtual, Denise Tavares explicou brevemente o conceito de semiótica e sua relação na construção dos significados para a linguagem humana. “A semiótica é a ciência que aponta ou dá significado a alguma coisa. É o estudo das linguagens do ser humano, bem como da sua forma de se comunicar, que pode ser por meio de uma linguagem verbal e não verbal”. Ela ainda ressaltou que tudo ao nosso redor é capaz de se comunicar e que uma pessoa faz isto, de maneira positiva e negativa, por meio de diferentes sinais que envolvem a aparência física, a forma de vestir, de falar e se portar.

A consultora de imagem destacou a importância da comunicação não verbal nas relações atuais, pontuando que ela é a linguagem responsável pela primeira impressão que uma pessoa pode causar em outra. “Existe um fenômeno cognitivo chamado viés de confirmação que faz com que a gente construa um julgamento por meio da primeira impressão que temos de algo ou alguém, então, a partir disso, toda relação que se estabelece está baseada neste julgamento”. Tavares também afirmou que uma primeira impressão negativa até pode ser revertida, mas lembrou que, além de ser um processo mais difícil, muitas vezes não há oportunidade para que isso seja feito no âmbito profissional.

Sobre os cuidados que devem ser tomados com a comunicação em tempos de pandemia, a professora pontuou que os encontros virtuais restringem as possibilidades de usar a comunicação não verbal a nosso favor, sendo necessário dedicar mais atenção a outros elementos a fim de evitar distrações e situações constrangedoras. “Nas relações profissionais que ocorrem no ambiente virtual, a gente precisa se dedicar um pouco mais ao espaço e aos elementos que compõem este espaço. Se alguém se distrai com o que está atrás de mim ou com a roupa que eu estou usando, a minha comunicação pode ser totalmente prejudicada”, completou.

Ao fim, Denise Tavares orientou que, para se ter uma boa comunicação em situações virtuais, é preciso pensar nas escolhas que reforcem a mensagem que se deseja transmitir, considerando os elementos visuais e estéticos, além dos cuidados com a linguagem estritamente verbal. “O bom comunicador é aquele que usa a comunicação não verbal como um suporte para a comunicação verbal. Por isso, é importante lembrar que tudo ao nosso redor comunica alguma coisa e que fazer escolhas que nos aproximem do nosso objetivo, de maneira constante, ajuda a evitar que a mensagem final seja passada de uma forma confusa e inadequada”, finalizou.

Série “Diálogos Interdisciplinares – a pandemia do Coronavírus”

Promovidos pela Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), os encontros virtuais buscam fomentar a discussão, o debate e a reflexão sobre aspectos jurídicos, sociais e econômicos das medidas tomadas para combater a pandemia do coronavírus no Brasil e no mundo.

Lançada no final de março, a série conta com a participação de acadêmicos, especialistas, economistas e juristas. Confira os episódios já disponibilizados aqui.