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Debate sobre Inteligência Artificial e Internet das Coisas abre 3º Ciclo de Debates do InovaEscola

A vice-diretora da Escola de Comunicações e Artes da USP, Brasilina Passrelli, e a pesquisadora e professora Priscilla Silva debateram o tema na tarde desta quarta-feira (2/9)
publicado: 02/09/2020 19h12 última modificação: 11/09/2020 16h36

A vice-diretora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Brasilina Passarelli, e a pesquisadora em Direito e Novas Tecnologias Priscilla Silva foram as convidadas para a abertura do 3º Ciclo de Debates do InovaEscola – Laboratório de Aprendizagem e de Transformação da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU). A roda de conversa, que ocorreu nesta quarta-feira (2/9) com o tema “Inteligência Artificial e Internet das Coisas: oportunidades e desafios”, foi transmitida ao vivo pelo YouTube. (Assista aqui)

Antes de falar sobre os desafios do “futuro agora”, a professora Brasilina Passarelli recuperou a história da internet com a preocupação de apontar os marcos teóricos. O início dessa revolução, que democratizou o acesso à informatização, começou com o lançamento do microcomputador pessoal, o Macintosh, em 1984. Dez anos depois, a revolução da internet chega ao Brasil (Web 1.0) e ocorre a transição da cultura do analógico para o digital em todas as instâncias da vida humana. Começa a era das plataformas digitais cooperativas de produção de conhecimento (Wiki).

“Pela primeira vez na história é possível dar voz a um conjunto de pessoas que não tinha como se expressar. É a implosão da realidade emissor-receptor no formato da comunicação de massa do século passado. A internet cria uma distopia. Com todos conectados, a comunicação é imediata e de muitos para muitos. Os limites geográficos não existem mais”, completou.

Onde estamos agora? – Em 2004, é a vez do protagonismo dos grandes conglomerados de tecnologia, dos smartphones, da democratização de acesso e do compartilhamento. Onde estamos agora? Segundo a professora, na literacia midiática, em que um novo conjunto de competências e habilidades precisa ser adquirido de maneira rápida. “Temos a possibilidade alargada de produção fora dos canais de comunicação tradicionais. A tecnologia está cada vez mais barata e oferece mais recursos. A única forma de enfrentar essa realidade é por meio da educação. Precisamos preparar os nossos alunos para o futuro deles e não para o nosso passado”, completou.

Inteligência Artificial e Direito  Com a palestra “Inteligência Artificial (IA) e Direito: aplicações e controvérsias”, a advogada e pesquisadora Priscilla Silva discorreu sobre os desafios éticos e legais decorrentes do impacto das relações entre humanos e a IA – máquinas que tentam mimetizar ou reproduzir comportamentos humanos. Segundo a professora, o Brasil precisa amadurecer um plano nacional de desenvolvimento ético antes de pensar em legislação.

“A regulação deve ser feita com cautela. Precisamos entender o fenômeno e seus impactos. A tecnologia vem para nos servir e não para nos atrapalhar”, enfatizou. Segundo a professora, é importante levar em consideração os princípios internacionais que estão sendo discutidos para formar a legislação brasileira sobre o tema.

Priscilla citou a aplicação da IA em diversas áreas do Direito brasileiro, como o sistema de reconhecimento facial no Direito Penal, as decisões automatizadas no Poder Judiciário e o uso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para identificar irregularidades em licitações e pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para informações processuais. “Os desafios são os vieses pessoais e sociais que interferem nas decisões das máquinas. Por isso, é essencial a participação de diferentes perfis de pessoas, culturas e gênero na área de Tecnologia da Informação”, completou.

Facilitação gráfica - A roda de conversa contou, ainda, com facilitação gráfica, em tempo real, conduzida pelo designer Lucas Alves. Confira aqui o painel visual com a síntese do conteúdo debatido na atividade.

2ª Roda de Conversa

Na próxima sexta-feira (4/9), o professor da Faculdade de Direito da USP e diretor da International Association for Artificial Intelligence and Law (IAAIL), Juliano Maranhão, e o promotor de Justiça e secretário de Tecnologia e Inovação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Antônio Rolemberg, debaterão o tema "Inteligência Artificial no Sistema de Justiça: cenários e perspectivas".

O objetivo é esclarecer conceitos e tipos de sistemas relacionados à Inteligência Artificial, exemplificar experiências aplicadas ao Sistema de Justiça e identificar caminhos e desafios para implantação de ferramentas de IA no contexto do Ministério Público.

As inscrições estão abertas até as 12h do dia 4 de setembro. Inscreva-se.

Mais informações pelo edital e no projeto pedagógico.

Secretaria de Comunicação Social
Escola Superior do Ministério Público da União
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Telefone: (61) 3553-5300