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Estudantes de São Sebastião visitam exposição em defesa da democracia

Mostra “Toda vez que se fura uma obra, muitas outras surgem”, uma iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e da Fundação Pedro Jorge (FPJ), fica na ESMPU até 29 de setembro
publicado: 21/09/2023 17h45 última modificação: 22/09/2023 13h57
Foto: Divulgação/ESMPU

Foto: Divulgação/ESMPU

Cerca de 30 estudantes do Centro Educacional São Francisco, de São Sebastião, entre 14 e 16 anos, estiveram na Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), nesta quinta-feira (21/9), para visitar a exposição “Toda vez que se fura uma obra, muitas outras surgem”. A mostra é uma iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e da Fundação Pedro Jorge (FPJ) sobre os atos de 8 de janeiro e está aberta à visitação agendada até 29 de setembro. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail culturaearte@escola.mpu.mp.br. Confira aqui o catálogo.

As equipes da Coordenadoria de Educação Continuada (Coeduc) e da Assessoria de Estratégia e Inovação Institucional (Assein) da ESMPU recepcionaram os estudantes, que percorreram a exposição com o auxílio do museólogo Thiago Milhomens, responsável por receber as obras em Brasília. “O nosso trabalho é a parte que as pessoas não veem. É nossa responsabilidade preservar as obras, organizar o acervo e mantê-lo bem cuidado dentro do espaço. É preciso conhecer as técnicas e a ideia por trás de cada obra”, acrescentou. Ele explicou para os alunos um pouco sobre o trabalho, falou curiosidades sobre a composição das obras e tirou dúvidas.

A programação contou ainda com a apresentação de dois vídeos: “A semente”, de Alina D’Alva Duchrow, e “O avanço”, de Rafael Duarte. O primeiro une a vida da árvore às vidas humanas e não humanas transformadas pela sua descoberta no mundo recém industrializado. Como uma contadora de histórias que precisa manter o fio da vida aceso através da memória, a voz da artista atravessa uma complexa teia de acontecimentos, em que o visível e o invisível se entrelaçam para outra leitura do presente e da natureza. O segundo fala sobre o avanço do mar em Atafona (RJ), um dos símbolos de um desastre ambiental por erosão costeira influenciada pelo impacto de ações humanas e mudanças climáticas.

A professora Fabíola Lima enfatizou que as questões tratadas na exposição são discutidas em sala de aula. “Queremos que os nossos alunos questionem, critiquem, tenham voz. Eles precisam ser críticos. Queremos que eles se formem cidadãos questionadores e que, ao entrar num prédio público, entendam que esse patrimônio é nosso e, por isso, merece mais cuidado. Isso dialoga muito com o que aconteceu em 8 de janeiro”, disse.

A estudante Yasmin Bento, do 3º ano, elogiou a exposição, principalmente as obras feitas por indígenas. “Estou levando muito conhecimento como aluna e como pessoa. Gostei de ver a forma como a arte apresenta algo necessário de ser mostrado. Somos uma geração que cresceu sem buscar os direitos e o conhecimento. Ver uma arte sobre o nosso povo, as nossas origens, é uma vivência única”, acrescentou.

O estudante Carlos Eduardo Borges, também do 3º ano, elegeu a obra “Sobre tudo, mas não sobre qualquer coisa”, de bronze e vinil sobre a parede, como predileta. “A experiência foi muito boa porque a arte é a realidade que outras pessoas não conseguem vivenciar. Cada obra baseada na cultura negra e indígena nos ajuda a entender várias questões, como a arte e a cultura estão enraizadas na nossa realidade e a gente não percebe. Como o grafite que está na exposição. Foi a obra que eu mais gostei”, disse

Exposição – A exposição é de curadoria da antropóloga Lilia Schwarcz e da procuradora da República Fabiana Schneider. A escolha dos artistas tem como foco a diversidade da população brasileira, principalmente segmentos silenciados na representação oficial: as populações negras e indígenas. Schwarcz destaca que a ideia da mostra é emocionar e lidar com o afeto à democracia. Para Schneider, a iniciativa foi ousada ao trazer para a linguagem das artes um tema tão importante.

 Confira aqui as fotos.

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