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História Oral: sétimo episódio entrevista subprocuradora-geral da República aposentada Ela Wiecko
A Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), entre 2018 e 2020, instituiu diversas ações para reduzir as desigualdades entre homens e mulheres e promover a superação do sexismo institucional no âmbito interno e do MPU. A subprocuradora-geral da República aposentada Ela Wiecko foi uma das responsáveis pelo plano de transversalização da perspectiva de gênero e étnico-racial da instituição. Assista aqui ao sétimo episódio do Programa de História Oral.
Eu seu depoimento, Wiecko destaca que foi convidada pelo então diretor-geral da época, João Akira, para ajudar a pensar a Escola como um lugar de fazer a própria crítica do Ministério Público e formar pessoas com consciência crítica. “Apresentei uma proposta de política transversal pela igualdade de gênero e contra a discriminação étnico-racial. Para isso, foi preciso fazer um diagnóstico. Um levantamento de quem eram os docentes e os discentes, quais temas eram tratados, a cor dessas pessoas. Por que, como e o que era ensinado”, relembrou Wiecko.
Nesse período, foram instituídas medidas para garantir a paridade na participação entre mulheres e homens nas capacitações oferecidas, como discente e docente, e institucionalizados a linha e os eixos temáticos e transversais de pesquisa científica, que nortearam todas as atividades de pesquisa, ensino e extensão da Escola. “Quando os integrantes se dedicam a fazer uma pesquisa sobre a Escola, isso é uma forma de avaliação num espaço de liberdade de expressão, e a Escola tem de ser pensada assim. Uma busca e uma troca de saberes. Isso enriquece muito as pessoas”, acrescentou.
Ao longo de sua carreira dentro do Ministério Público Federal (MPF), e como pesquisadora e professora universitária, Ela Wiecko desenvolveu vários trabalhos sobre a equidade de gênero. “Violência de gênero é o tema da minha vida”, ressalta a subprocuradora aposentada, embora afira que buscou “construir uma sociedade sem violência”. “Eu queria parar de falar sobre o tema e começar a falar em construção de educação para a igualdade e para a paz, mas enquanto esse for um assunto prevalente, nós temos de enfrentá-lo”, afirma.
MPs dos países de Língua Portuguesa – Em seu relato, Ela Wiecko também recordou o estudo sobre os Ministérios Públicos dos países de Língua Portuguesa, que depois deu origem ao termo de cooperação entre a ESMPU e o Centro de Formação Jurídica e Judiciária de Moçambique. A pesquisa de Moçambique ficou sob sua responsabilidade.
"A tendência era achar que os países africanos eram atrasados. Na verdade, eu aprendi mais, a olhar para os povos tradicionais, os modos de resolução de litígios, que é uma forma de pluralismo jurídico, que aqui não é tão reconhecido. Todas essas coletividades, os quilombos, os povos indígenas, têm a sua organização social, com força jurídica. Moçambique foi uma experiência muito interessante", acrescentou.
Programa de História Oral – Resgatar o passado para compreender o presente. Esse é um dos propósitos do Programa de História Oral da ESMPU, que busca consolidar a memória institucional e registrar a sua contribuição para a história social brasileira. A iniciativa é uma parceria entre a Divisão de Gestão da Informação e a Divisão de Desenvolvimento Científico, e traz uma série de entrevistas com integrantes do Ministério Público e da comunidade acadêmica que fizeram ou fazem parte da trajetória da instituição.
Regulamentado pela Portaria ESMPU n. 108/2022, o projeto prevê a pesquisa documental e bibliográfica para contextualizar os momentos históricos do órgão, o fomento à pesquisa de temas de interesse institucional, além do intercâmbio e da integração com Ministérios Públicos que desenvolvam programas semelhantes.
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