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Simpósio em São Bernardo do Campo (SP) debate a importância das greves dos anos 1980

Atividade foi realizada nos dias 28 e 29 de abril pela ESMPU e pelo Ministério Público do Trabalho. Simpósio contou com mesas redondas que abordaram, entre outros temas, o papel das instituições do mundo do trabalho na negociação coletiva.
publicado: 30/04/2015 13h10 última modificação: 31/03/2017 17h19

A luta pelo avanço de direitos trabalhistas e para a retomada do processo democrático do país nos anos 1980 se deve em parte as grandes greves do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A afirmação é do procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, que abriu, na terça-feira (28), com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Simpósio Ação Coletiva, Democracia, Trabalho e Transformação Social, em São Bernardo do Campo (SP). Cerca de 500 pessoas lotaram o auditório do sindicato.


O evento marca o aniversário de 35 anos da greve de 1980, quando 140 mil metalúrgicos paralisaram suas atividades por 41 dias, durante a campanha salarial, em plena ditadura militar.

Luís Camargo destacou que no passado a greve já foi crime e agora é direito previsto em lei. "O Brasil avançou porque algumas greves foram importantes para trazer vários benefícios para os trabalhadores como as que ocorreram nos anos 80. Essas greves ajudaram a vencer a ditadura e a eleger representantes do povo, por exemplo”. Ele completou ainda que a luta precisa continuar para barrar projetos de lei que preveem um retrocesso em várias conquistas como as propostas em discussão no Congresso Nacional da terceirização e da definição do que é trabalho escravo.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, lembrou que o simpósio é uma oportunidade de fazer a discussão da manutenção desses direitos trabalhistas e também do futuro das negociações coletivas. “Foi aqui no ABC que amadureceu a negociação coletiva a partir da liderança de Lula com as greves, que transformaram o país”.

A situação do movimento sindical nos anos 80 também chamou a atenção de dirigentes sindicais de outros países. Foi o caso de Stanley Gacek, diretor-adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, que à época era diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação nos Estados Unidos (EUA). “Viemos ao Brasil naquele período para conhecer e participar de um congresso e saber que movimento era aquele que nascia no Brasil mobilizando milhares de trabalhadores”, contou.

Para o diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), Carlos Henrique Martins Lima, nesses 35 anos o Brasil passou a ter uma realidade diferente do movimento sindical. Mas em sua avaliação é importante ir ao local onde surgiram grandes mudanças para os trabalhadores para recontar essa história.

Democracia nas fábricas –
Outro avanço conquistado com as greves daquele período, segundo o secretário de Relações de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Messias, foi a democracia dentro das fábricas. “Avançamos nas representações sindicais nas empresas, na criação de centrais sindicais e de partidos de esquerda”, concluiu.

O simpósio é realizado pelo MPT em parceria com a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

As mesas redondas ocorreram na quarta-feira (29) e abordaram temas como o papel das instituições do mundo do trabalho na negociação coletiva; os avanços obtidos pela negociação coletiva no Brasil; o futuro das tratativas entre o capital e o trabalho; e os desafios para o exercício da função negocial dos sindicatos.
 
Além do MPT e do Sindicato de Metalúrgicos do ABC, participaram representantes dos Tribunais Regionais do Trabalho de Campinas e São Paulo, do Ministério do Trabalho e Emprego, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), das Universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e da Presbiteriana Mackenzie, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e do Sindicato dos Bancários de São Paulo.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Procuradoria-Geral do Trabalho

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