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Webinário discute enfrentamento do assédio e da discriminação no MPU

Especialistas debatem equidade e saúde mental no ambiente do trabalho e aspectos diversos que afetam os integrantes da instituição
publicado: 29/09/2025 19h28 última modificação: 29/09/2025 19h28
Foto: Divulgação/ESMPU

Foto: Divulgação/ESMPU

A Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) promove nesta segunda e terça-feira, 29 e 30 de setembro, o webinário “MPU em foco: equidade, saúde mental e enfrentamento ao assédio e discriminação”. A atividade é transmitida pelo canal da ESMPU no YouTube e visa promover a troca de experiências, o compartilhamento de boas práticas e o desenvolvimento de estratégias. Assista aqui.

A subprocuradora-geral do Trabalho, orientadora pedagógica da atividade e ouvidora da ESMPU, Ludmila Reis Brito Lopes, destacou que é preciso fazer uma reflexão sobre a organização do trabalho e a burocracia, e como isso afeta as iniciativas de inovação. “As pessoas acabam vivendo dentro de um cemitério de potencialidades”, gerando afastamentos e impactos na saúde mental.

Saúde mental no trabalho – A assessora-chefe de Gestão Estratégica da ESMPU, Dione Aparecida Tiago, mencionou estudo que revela que 80% das pessoas experimentarão ao longo da vida algum tipo de doença relacionada à saúde mental, e um bilhão de pessoas no mundo, atualmente, enfrentam algum tipo de dificuldade mental ou adoecimento, destacando, assim, a importância do tema para o debate.

A psicóloga do Ministério Público do Trabalho (MPT) Stefany Langamer abordou os problemas gerados pelas tecnologias e por modelos econômicos consumistas somados à precarização do trabalho como fatores que adicionam pressões emocionais e causam danos à saúde mental dos trabalhadores.

O promotor de Justiça do MPDFT Jairo Bisol discorreu sobre a Resolução CNMP n. 265/2023, que trata da Política Nacional de Atenção à Saúde Mental dos integrantes do Ministério Público. “Saúde mental não é um problema do outro; é um problema de todos nós. Precisamos desmistificar o tema, pensar em uma forma de diagnosticá-lo adequadamente e tratá-lo de maneira adequada”, acrescentou.

Você enxerga a pessoa ou a deficiência? A analista de Tecnologia da Informação do MPU Anna Carolina Rocha, pessoa com deficiência (PcD), abordou o tema “Desigualdades invisíveis: reconhecendo e enfrentando a discriminação das pessoas com deficiência no cotidiano institucional”. Ela destacou que o capacitismo – discriminação contra PcD – surge a partir da crença de que pessoas sem deficiência são capazes por terem corpos “perfeitos” e que as PcDs são incapazes por terem corpos “imperfeitos”. É um sistema de opressão, assim como o racismo ou o sexismo, que tem como resultado a inferiorização ou a exclusão da pessoa com deficiência. 

“As crianças não nascem capacitistas. Elas aprendem a ser, ou não, de acordo com as experiências vividas e do que aprendem com os adultos”, destacou. Segundo Rocha, as principais barreiras são atitudinais, crenças, preconceitos e estereótipos que impedem a participação plena e efetiva na sociedade e, especificamente, no trabalho. “Diversidade é convidar para a festa. Inclusão é chamar para dançar. Ainda acrescento que a verdadeira inclusão fornece as condições para que possamos dançar”, finalizou.

A coordenadora-geral de Formação Inicial de Carreira da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Carolina Tokarski, falou sobre a “Equidade no serviço público: compromisso com a justiça social e a inclusão”, com destaque para o engajamento das lideranças a fim de enfrentar as desigualdades.

Tokarski também discorreu sobre o histórico da Enap para promover a transversalidade das políticas públicas no combate às desigualdades. Como destaque, falou da experiência e de boas práticas da escola no curso de formação do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).

Programação – A programação continua nesta terça-feira (30) com o painel “Principais desafios do enfrentamento e prevenção ao assédio sexual e moral no trabalho”; a Oficina para Elaboração Conjunta de Diretrizes para 2026-2027 como forma de apoiar as Comissões de Enfrentamento do Assédio e da Discriminação; o lançamento da “Cartilha sobre Prevenção do Assédio Moral e Sexual e da Discriminação na ESMPU”, elaborada pela Escola; além da apresentação dos resultados dos trabalhos da Oficina.

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