Tiago Mattos e Bruno Rizardi abrem a 1ª Semana de Inovação da ESMPU

“Não podemos criar resoluções que respondam apenas o presente. As lideranças precisam gastar mais tempo pensando os futuros”, afirmou Tiago Mattos, um dos principais futuristas do Brasil, na abertura da 1ª Semana de Inovação da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), na tarde desta terça-feira (7/6). A atividade acadêmica vai até quinta-feira (9/6), sempre com duas palestras vespertinas, com início às 14h30, no canal da ESMPU no YouTube. Confira a programação.

Na palestra de abertura, “Pensando futuros melhor, pensando melhores futuros”, Mattos ressaltou que se pensa pouco em futuros e, consequentemente, não se constroem futuros que poderiam ser melhores. Ele também explicou a preferência pela palavra no plural: “O singular traz uma ideia determinística, como se ele estivesse pré-escrito e não houvesse possibilidade de interferência. Futuros abre o leque. Aceita melhor a coexistência. Permite a diversidade. Quando a gente acredita em um futuro apenas, está comprando uma narrativa, sem construir algo crítico”.

Forças dominantes – Segundo Mattos, para conseguir acompanhar as tendências, é preciso observar quatro forças dominantes, que em sua visão caracterizariam a lógica do digital: “Tudo o que puder ser digitalizado, automatizado, personalizado e distribuído, será. Qualquer coisa que tenha essas quatro forças dominantes, seja tangível ou não, é digital. Alguns mercados são impactados mais rapidamente do que outros, por isso, a sensação de que o digital não vai chegar, mas isso não é verdade. Todas as profissões serão afetadas”, acrescentou. Assista aqui.

A segunda palestra do dia contou com o designer e sócio da startup Catálise Bruno Rizardi, que abordou o tema “Novas metodologias para o setor público – criando políticas públicas a partir do design sistêmico”. Ele foi parceiro da ESMPU no trabalho de investigação de design etnográfico, que buscou conhecer o perfil, as necessidades e as dificuldades dos usuários da Escola.

De início, Rizardi definiu o termo design sistêmico como o campo interdisciplinar que integra pensamento e métodos sistêmicos para informar o design centrado no ser humano para sistemas sociotécnicos complexos e sociais multi-atores. Uma ferramenta para trabalhar com problemas complexos e questões complicadas como as políticas públicas.

Ele usou a definição da professora Donella Meadows para explicar que um sistema é um conjunto de elementos interconectados que estão organizados de forma coerente para atingir algo (função ou propósito). Já os sistemas complexos apresentam características específicas: são abertos, emergentes, auto-organizados e adaptativos.

“O problema é um resultado indesejado que motiva a busca de uma solução. Um sistema é perfeitamente estruturado para produzir o seu resultado atual. Se você é um ator nesse sistema, você também é responsável por produzir o problema”, acrescentou. Por fim, ele falou sobre o passo a passo para montar um sistema a partir do design.

InovaEscola – A 1ª Semana de Inovação é uma iniciativa do InovaEscola, Laboratório de Transformação da ESMPU. A líder de estratégia e inovação da ESMPU, Lígia Maria Lopes Sousa Reis, moderadora do primeiro dia de palestras, lembrou que a atividade acadêmica celebra os dois anos do InovaEscola e é resultado do estudo de design etnográfico, realizado em 2021, em que os usuários sugeriram uma semana da inovação como forma de criar um espaço de oxigenação para que membros e servidores se conectem, se aperfeiçoem e expandam seus horizontes.

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