Atividade em Campo Grande
Campo Grande (MS) sediou, de 16 a 18 de outubro, atividades de capacitação voltadas aos atores envolvidos no acolhimento, na integração e na interiorização de refugiados e migrantes no Estado. Ao longo dos três dias, foram realizados uma mesa-redonda, um simpósio e dez minicursos e oficinas que tiveram como objetivo fomentar a discussão sobre a criação de políticas locais direcionadas a pessoas em situação de migração.
Acesse o material e as fotos do simpósio, da mesa-redonda e das atividades de formação. Leia também a matéria de cobertura sobre as atividades.
Ao longo das atividades, a sociedade civil sul-mato-grossense - juntamente com autoridades, acadêmicos e servidores públicos -, debateu os principais desafios à implantação de uma política local de acolhimento e integração. Também foram convidados a participar da discussão refugiados e migrantes que, em seus testemunhos, compartilharam as dificuldades e os dilemas enfrentados por aqueles que deixaram seus países fugindo de crises econômicas, políticas ou ambientais.
De acordo com dados da Organização Internacional de Migração (OIM) e da Casa Civil do Governo Federal, até junho de 2019, Mato Grosso do Sul já havia recebido 904 venezuelanos interiorizados - 8,9% do total. O município de Dourados encontra-se em segundo lugar entre as cidades com maior número de interiorizados (787), ficando atrás apenas de São Paulo (1059). Outros municípios do Estado que também acolheram venezuelanos foram Campo Grande (56), Ponta Porã (34), Glória de Dourados (19) e Antônio João (7).
Mato Grosso do Sul também tem registrado um fluxo cada vez mais crescente de imigrantes haitianos. Atualmente, cerca de 4.500 haitianos residem no Estado, sendo 1.500 em Campo Grande. Esse contingente coloca Mato Grosso do Sul em 4º lugar entre aqueles com maior número de imigrantes haitianos, ficando atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em regra, os haitianos são absorvidos por empresas ligadas à construção civil.
Mesa-redonda – Com o título “Vivências, experiências e necessidades de migrantes em Mato Grosso do Sul”, a mesa-redonda aconteceu no dia 16 de outubro. A atividade contou com a participação de uma colombiana, um haitiano e uma boliviana e buscou provocar a reflexão coletiva sobre as realidades vividas com a finalidade de ressignificar e humanizar o olhar, as abordagens e as políticas públicas que dizem respeito a tais populações.
Simpósio – O Simpósio “Refugiados e Migrantes em Mato Grosso do Sul: Como Acolher e Integrar?" aconteceu no dia 17 de outubro. Na primeira parte do encontro foram apresentados o contexto global do fenômeno migratório, a retrospectiva histórica, a política migratória e os desafios de sua implementação. Na segunda metade, foi realizado um debate sobre as experiências locais na atenção a refugiados e migrantes.
Atividades temáticas – Ainda aconteceram, durante os três dias de evento, dez atividades temáticas, entre minicursos e oficinas. Entre os assuntos abordados estavam imprensa no combate à xenofobia, gênero, migração e saúde mental, direitos humanos, nova Lei de Migração e Lei do Refúgio, crianças migrantes, direitos e acesso à justiça, gestão migratória em nível local, direitos laborais e articulação de rede.
Para a organização da edição em Campo Grande, a Rede conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Defensoria Pública da União (DPU) em Mato Grosso do Sul; do Centro Universitário Unigran Capital; de instituições públicas e organizações não governamentais envolvidas no processo de atenção ao refugiado ou migrante.