ESMPU recebe exposição da artista Berna Reale

Os trabalhos da artista Berna Reale foram escolhidos para inaugurar o Espaço Cultural da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), em 23 de novembro, data em que a instituição promove um dos maiores eventos de arte, cultura e entretenimento do mundo: o TEDx. A exposição é aberta ao público, com entrada gratuita, e poderá ser visitada até 20 de dezembro.

Cinco trabalhos da artista estarão no Espaço Cultural: obras diversas de “Agora: Right Now”, “Ginástica da Pele”, “Camuflagem”, “Americano” e “Palomo”. As obras trazem imagens e críticas sobre o sistema de segurança e de justiça, dialogando com uma das atuações mais importantes do Ministério Público.

Berna Reale – A artista paraense Berna Reale estudou Arte na Universidade Federal do Pará (UFPA). Em 2010, tornou-se perita criminal do Centro de Perícias Científicas do Estado do Pará e vive de perto as mais diversas questões de delito e conflitos sociais. Por meio de símbolos universais – em instalações, performances e fotografias –, constrói obras que questionam a condição humana diante da desigualdade e da violência. Com diferentes meios de expressão, usa o próprio corpo como instrumento de criação, tornando-se parte da obra.

Conheça um pouco sobre as obras que estarão expostas na ESMPU:

Agora: Right Now (2022) – A coletânea utiliza a linguagem da moda, em suas cores e abordagens publicitárias, e as formas como a mídia lida com a violência. Assim como as passarelas e revistas ditam tendências que serão superadas em instantes, os veículos de comunicação passam de um crime a outro, com imagens impactantes consumidas pelo público.

Ginástica da Pele (2019) – Um dos trabalhos mais elaborados e importantes da carreira da artista. Foram necessários dois anos e a colaboração de mais de 200 pessoas.  A performance, com desdobramentos em vídeo e fotografias, ocorreu nas ruas de Belém com 100 jovens dispostos na gradação tonal de suas peles, realizando exercícios conduzidos pela artista. As ações remetem ao treinamento físico das forças policiais e aos gestos executados por suspeitos no momento da prisão. Uma reflexão sobre preconceito e sistema prisional.

Camuflagem (2018) – Na performance, um militar está camuflado com a imagem de moscas necrófagas, que se alimentam da carne de cadáveres. O militar puxa uma plataforma de oito metros de comprimento pelas ruas de Milão (Itália) com objetos em forma de corpos humanos, principalmente de crianças, feitos com tecidos recolhidos pela artista durante seu trabalho como perita criminal.

Americano (2013) – A performance foi gravada antes da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Passando com uma réplica da tocha olímpica pelos corredores de um presídio paraense, a artista mostra uma realidade muito diferente daquela que o objeto encontraria quando chegasse ao Brasil, país sede dos dois eventos esportivos internacionais.

Palomo (2012) – Apresenta em vídeo e fotografia uma abordagem poética sobre o abuso de poder institucional.  A obra é uma alegoria, na qual a artista encarna uma figura que remete ao Cavaleiro do Cavalo Vermelho, um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse, símbolo da guerra. O título da obra, pombo (palomo em espanhol), é o nome do cavalo utilizado pela artista, emprestado da Polícia Militar, cuja cor é branca.  A obra evidencia assim a inversão do conceito de paz e segurança que permeia determinadas instituições de poder. 

Exposição Places – Também integrará o acervo inaugural do Espaço Cultural da ESMPU o trabalho Places, do procurador regional da República Douglas Fischer, que é fotógrafo amador e integrante do Fotoclube Porto-Alegrense. Suas exposições fotográficas já rodaram Brasil, Argentina, Estados Unidos, Portugal e, em breve, estarão em Dubai.

Intervenção artística – A ESMPU também está recebendo a intervenção artística “Caminhos da inovação” no trajeto que leva ao InovaEscola – Laboratório de Transformação da instituição. Um mural e dois painéis, em grafite, estão sendo confeccionados pelo artista plástico Tomaz Dias Viana (Toz), baiano radicado no Rio de Janeiro há mais de duas décadas.

A obra produzida para a Escola conecta a diversidade de pessoas e sugere o compartilhamento e a construção da multivariedade de conhecimentos, ideias e sentimentos, representados por bolas coloridas. Estas formam o elemento de ligação entre os painéis e a combinação de cores reflete o resultado dessa união.

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